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quarta-feira, 2 de abril de 2014

Baixo valor pago pelo vinho a granel fecha cantinas rurais de Flores da Cunha


No município que concentrava na década passada cerca de um terço das vinícolas do Rio Grande do Sul, incluindo as grandes, o abandono das estruturas que armazenavam vinho cresce. A estimativa é de que 50% das cerca de 70 cantinas rurais da cidade de Flores da Cunha - empreendimentos familiares que vendiam a bebida a granel, principalmente para fora do Estado_ tenham deixado de vinificar nos últimos cinco anos. A situação não é muito diferente em outras cidades da Serra. A alta carga tributária, a concorrência e o baixo valor pago pelo vinho comum não engarrafado estão entre os motivos da desistência da produção. A estagnação no consumo da bebida e a lei seca, promulgada em 2008 para reduzir os acidentes de trânsito provocados por motoristas embriagados, também são consideradas razões da crise no setor.
Como o valor pago pela uva também é considerado baixo, tem produtor que está experimentando nesta safra uma volta às origens. Vizinho dos Riboldi, Santo Paulino Andreazza, 66 anos, fez o caminho inverso e reativou a pequena vinícola depois de dois anos sem elaborar vinho. Mas para isso, teve que insistir muito com o irmão. Andreazza é uma exceção. Ele decidiu arriscar e deve comercializar a bebida a partir de junho. O que o motivou foi a notícia de que haverá um pequeno aumento no valor do vinho.
— O preço amentou R$ 0,10. Pra nós, R$ 0,10 é muita coisa. Paga uma parte de tributos. Há uns anos, vender a uva e um litro de vinho era a mesma coisa — conta.

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